sábado, 12 de setembro de 2015

Chesterton sobre os contos de fadas

"A timidez da criança ou do selvagem é inteiramente razoável: alarmam-se com este mundo, porque o mundo é um lugar muito alarmante. Não gostam de estar sozinhos porque estar sozinho é realmente uma idéia terrível. Os bárbaros temem o desconhecido pela mesma razão por que os agnósticos o adoram - porque é um fato. Dessa forma, os contos de fadas não são responsáveis por produzir nas crianças o medo ou qualquer uma de suas formas; os contos de fadas não dão à criança a idéia do mau ou do feio; estas já estão nela, porque já estão no mundo. Os contos de fadas não dão à criança sua primeira idéia de fantasma. O que lhe dão é a sua primeira idéia clara da possível derrota de um fantasma. O bebê conhece intimamente o dragão desde que começa a imaginar. O que o conto lhe dá é um São Jorge para matá-lo. O que o conto de fadas faz é exatamente isto: acostuma-a, através de uma série de imagens claras, à idéia de que esses terrores ilimitados têm um limite, que esses inimigos sem forma têm como inimigos os cavaleiros de Deus, que há no universo algo mais místico do que a escuridão e mais forte do que o medo intenso."

- Trecho da crônica "O Anjo Vermelho", extraído do livro "Tremendas Trivialidades", editado pela Ecclesiae.

www.comoeducarseusfilhos.com.br

Nenhum comentário:

Chesterton sobre os contos de fadas

"A timidez da criança ou do selvagem é inteiramente razoável: alarmam-se com este mundo, porque o mundo é um lugar muito alarmante. Não gostam de estar sozinhos porque estar sozinho é realmente uma idéia terrível. Os bárbaros temem o desconhecido pela mesma razão por que os agnósticos o adoram - porque é um fato. Dessa forma, os contos de fadas não são responsáveis por produzir nas crianças o medo ou qualquer uma de suas formas; os contos de fadas não dão à criança a idéia do mau ou do feio; estas já estão nela, porque já estão no mundo. Os contos de fadas não dão à criança sua primeira idéia de fantasma. O que lhe dão é a sua primeira idéia clara da possível derrota de um fantasma. O bebê conhece intimamente o dragão desde que começa a imaginar. O que o conto lhe dá é um São Jorge para matá-lo. O que o conto de fadas faz é exatamente isto: acostuma-a, através de uma série de imagens claras, à idéia de que esses terrores ilimitados têm um limite, que esses inimigos sem forma têm como inimigos os cavaleiros de Deus, que há no universo algo mais místico do que a escuridão e mais forte do que o medo intenso."

- Trecho da crônica "O Anjo Vermelho", extraído do livro "Tremendas Trivialidades", editado pela Ecclesiae.

www.comoeducarseusfilhos.com.br