segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Branca de Neve


Detalhe: não existe madrasta, só a mãe (rainha) e sua filha (Branca de Neve).

"(...) 'Espelho, espelho meu,
existe no mundo alguém mais bela do que eu?'

O espelho respondeu:

'Vós, minha rainha, sois a mais bela por aqui,
mas Branca de Neve é mil vezes mais bonita!'

(...) a rainha ficou pálida de inveja (...) chamou um caçador e disse a ele: 'Leve Branca de Neve para longe na floresta e mate-a ali; (...) traga-me seu pulmão e seu fígado, que eu vou cozinhar no sal e comer'. (...) estava passando por ali em pequeno porco selvagem, ele o matou, tirou dele pulmão e fígado e os apresentou à rainha como prova. A rainha logo os cozinhou no sal e os comeu, pensando estar comendo o pulmão e o fígado de Branca de Neve [sua própria filha - nota minha]. (...)" (Grimm, 1812, pp.248,249)

"(...) Ela então contou a eles que sua mãe queria matá-la (...) Os anões sentiram muita pena e disseram: 'Se você quiser cuidar da nossa casa e cozinhar, costurar, arrumar as camas, lavar e cerzir e também arrumar e limpar tudo direitinho, pode morar com a gente que nada lhe faltará. Nós voltamos para casa à noite, então até lá a comida tem de estar pronta, mas passamos o dia escavando ouro na mina e você estará sozinha. (...)
a rainha (...) resolveu ela mesma se vestir de vendedora ambulante, (...) e ir até a casa dos anões. (...)
Branca de Neve se pôs diante da velha, esta pegou o cordão e começou a apertar, apertar e a apertar, tão forte que ela parou de respirar e despencou morta no chão. (...)
...os sete anões (...) a ergueram e (...) cortaram o cordão em dois, ela respirou e estava novamente viva. (...)
A rainha (...) acabou envenenando um pente (...) transformada em outra pessoa. (...) 'Venha, deixe-me pentear o seu cabelo', (...) assim que o pente foi fincado em sua cabeça, Branca de Neve caiu morta no chão. (...)
...os anões (...) tiraram o pente envenenado do cabelo dela (...) Branca de Neve abriu os olhos, voltando a viver; (...)
...a rainha (...) preparou uma maçã, muito, mas muito envenenada (...) Branca de Neve (...) deu uma mordida; mas, mal estava com um pedaço na boca, caiu morta no chão (...)" (Grimm, 1812, pp.250-253)

"(...) os anõezinhos (...) viram que sua aparência era tão boa, ela nem parecia morta (...) mandaram fazer um caixão de vidro (...)
Branca de Neve passou muito tempo no caixão e não se decompunha; (...) um jovem príncipe (...) pediu que os anões lhe vendessem o caixão com a Branca de Neve, mas eles não aceitaram por ouro nenhum no mundo. Então ele pediu que eles lhe dessem o caixão de presente. (...) Os anõezinhos (...) lhe deram o caixão com Branca de Neve. O príncipe fez com que o caixão fosse levado ao seu castelo e colocado no salão, onde passava o dia sentado sem conseguir desviar o olhar dela [necrofilia? - nota minha] (...) Os criados, porém, que toda hora tinham de levar o caixão de um lugar a outro, não estavam nada satisfeitos, e um deles abriu a tampa, ergueu Branca de Neve e disse: 'Passamos o dia sofrendo, por uma menina morta!', e com isso deu um tapa nas costas dela. Nesse instante, o pedaço de maçã podre que ela havia mordido saltou de sua garganta e Branca de Neve estava viva outra vez. (...)" (Grimm, 1812, pp.253-254)

"(...) O casamento foi acertado. (...) a rainha (...) ao chegar, (...) colocaram pantufas de ferro no fogo e, quando estavam em brasa, ela foi obrigada a calçá-las e a dançar, e seus pés foram terrivelmente queimados e ela só poderia parar de dançar quando caísse morta." [e a história acaba exatamente assim - nota minha]
(Grimm, 1812, p.256)

Notas: Angela Natel

Nenhum comentário:

Branca de Neve


Detalhe: não existe madrasta, só a mãe (rainha) e sua filha (Branca de Neve).

"(...) 'Espelho, espelho meu,
existe no mundo alguém mais bela do que eu?'

O espelho respondeu:

'Vós, minha rainha, sois a mais bela por aqui,
mas Branca de Neve é mil vezes mais bonita!'

(...) a rainha ficou pálida de inveja (...) chamou um caçador e disse a ele: 'Leve Branca de Neve para longe na floresta e mate-a ali; (...) traga-me seu pulmão e seu fígado, que eu vou cozinhar no sal e comer'. (...) estava passando por ali em pequeno porco selvagem, ele o matou, tirou dele pulmão e fígado e os apresentou à rainha como prova. A rainha logo os cozinhou no sal e os comeu, pensando estar comendo o pulmão e o fígado de Branca de Neve [sua própria filha - nota minha]. (...)" (Grimm, 1812, pp.248,249)

"(...) Ela então contou a eles que sua mãe queria matá-la (...) Os anões sentiram muita pena e disseram: 'Se você quiser cuidar da nossa casa e cozinhar, costurar, arrumar as camas, lavar e cerzir e também arrumar e limpar tudo direitinho, pode morar com a gente que nada lhe faltará. Nós voltamos para casa à noite, então até lá a comida tem de estar pronta, mas passamos o dia escavando ouro na mina e você estará sozinha. (...)
a rainha (...) resolveu ela mesma se vestir de vendedora ambulante, (...) e ir até a casa dos anões. (...)
Branca de Neve se pôs diante da velha, esta pegou o cordão e começou a apertar, apertar e a apertar, tão forte que ela parou de respirar e despencou morta no chão. (...)
...os sete anões (...) a ergueram e (...) cortaram o cordão em dois, ela respirou e estava novamente viva. (...)
A rainha (...) acabou envenenando um pente (...) transformada em outra pessoa. (...) 'Venha, deixe-me pentear o seu cabelo', (...) assim que o pente foi fincado em sua cabeça, Branca de Neve caiu morta no chão. (...)
...os anões (...) tiraram o pente envenenado do cabelo dela (...) Branca de Neve abriu os olhos, voltando a viver; (...)
...a rainha (...) preparou uma maçã, muito, mas muito envenenada (...) Branca de Neve (...) deu uma mordida; mas, mal estava com um pedaço na boca, caiu morta no chão (...)" (Grimm, 1812, pp.250-253)

"(...) os anõezinhos (...) viram que sua aparência era tão boa, ela nem parecia morta (...) mandaram fazer um caixão de vidro (...)
Branca de Neve passou muito tempo no caixão e não se decompunha; (...) um jovem príncipe (...) pediu que os anões lhe vendessem o caixão com a Branca de Neve, mas eles não aceitaram por ouro nenhum no mundo. Então ele pediu que eles lhe dessem o caixão de presente. (...) Os anõezinhos (...) lhe deram o caixão com Branca de Neve. O príncipe fez com que o caixão fosse levado ao seu castelo e colocado no salão, onde passava o dia sentado sem conseguir desviar o olhar dela [necrofilia? - nota minha] (...) Os criados, porém, que toda hora tinham de levar o caixão de um lugar a outro, não estavam nada satisfeitos, e um deles abriu a tampa, ergueu Branca de Neve e disse: 'Passamos o dia sofrendo, por uma menina morta!', e com isso deu um tapa nas costas dela. Nesse instante, o pedaço de maçã podre que ela havia mordido saltou de sua garganta e Branca de Neve estava viva outra vez. (...)" (Grimm, 1812, pp.253-254)

"(...) O casamento foi acertado. (...) a rainha (...) ao chegar, (...) colocaram pantufas de ferro no fogo e, quando estavam em brasa, ela foi obrigada a calçá-las e a dançar, e seus pés foram terrivelmente queimados e ela só poderia parar de dançar quando caísse morta." [e a história acaba exatamente assim - nota minha]
(Grimm, 1812, p.256)

Notas: Angela Natel