terça-feira, 21 de agosto de 2012

Igreja russa pede ao Estado 'misericórdia' pelas meninas da banda Pussy Riot


As integrantes da Pussy Riot Nadezhda Tolokonnikova, Maria Alyokhina e Yekaterina Samutsevich durante audiência em Moscou

A Igreja Ortodoxa Russa pediu nesta sexta-feira (17) ao Estado russo que tenha misericórdia pelas integrantes da banda Pussy Riot, condenadas a dois anos de prisão por terem feito um protesto contra o presidente Vladimir Putin na principal catedral moscovita.

A Igreja reiterou suas críticas à banda punk, dizendo que seu protesto na catedral do Cristo Salvador foi uma "blasfêmia", com "hostilidade crua contra milhões de pessoas".

Mas, em nota, ela declarou que "sem submeter a qualquer dúvida a correção da decisão judicial, apelamos às autoridades estatais para que demonstrem misericórdia com as pessoas condenadas dentro do marco legal, na esperança de que elas evitem repetir ações blasfemas".

Isso indica que a Igreja não se oporia a um perdão ou redução de pena do trio. O processo contra as ativistas gerou grande mobilização internacional em apoio a elas.
'Cuidadosamente planejado'

A juíza Marina Syrova afirmou que o ato das três foi "cuidadosamente planejado". Em sua decisão, a juíza Syrova repetiu em grande parte os argumentos da promotoria em suas alegações contra Nadejda Tolokonnikova, de 22 anos, Ekaterina Samutsevitch, de 30, e Maria Alejina, de 24.

Além disso, indicou que as três acusadas "não expressaram arrependimento por seus atos, violaram a ordem pública e ofenderam os sentimentos dos crentes". Promotores pediram a condenação das três mulheres à pena de três anos de prisão para cada uma.

As acusadas estão detidas desde logo depois de sua apresentação, que ofendeu muitas pessoas no país de maioria cristã ortodoxa. Os críticos do governo russo encaram o julgamento como parte de uma crecente repressão a dissidentes, quando Putin começa o seu novo mandato de seis anos como presidente.

O Pussy Riot decidiu realizar o protesto na catedral depois que o patriarca ortodoxo russo, Kirill, pediu voto para Putin às vésperas das eleições presidenciais de março, um fato que indignou não somente as integrantes do grupo, mas toda a oposição.

Durante o julgamento, uma das jovens chegou a afirmar que se trata de um processo político e que se tivessem cantado a favor de Putin não estariam diante dos tribunais.

Protestos

Durante e após o veredito ser anunciado, muitos protestos aconteceram tanto do lado de dentro, quanto de fora do tribunal de Moscou.

O ex-campeão mundial de xadrez e líder da oposição Garry Kasparov foi detido pela polícia por apoiar a banda, e gritos de "vergonha" foram disparados por alguns presentes. Muitos também foram às ruas de cidades como Hamburgo (Alemanha), Kiev (Ucrânia), Barcelona (Espanha) e Londres (Reino Unido) vestindo as tradicionais máscaras usadas pela banda pedindo a libertação das integrantes.

Apoio do Femen

Um dos principais protestos foi realizado pelas ativistas do grupo feminista Femen. O apoio contou com mulheres do Femen usarando uma motosserra para cortar uma cruz ortodoxa erguida em memória às vítimas da repressão política em Kiev.

O processo tem gerado as mais diversas manifestações desde seu início. De Madonna ao ex-Beatle Paul McCartney, as estrelas pop do mundo pediram publicamente pela libertação das três integrantes.

Red Hot Chili Peppers foi um dos primeiros grupos que prestou apoio às jovens - campanha que foi imediatamente seguida por Sting, Peter Gabriel, The Who e Bjork, entre outros.



Fonte: G1


http://libertosdoopressor.blogspot.com.br/2012/08/igreja-russa-pede-ao-estado.html

Nenhum comentário:

Igreja russa pede ao Estado 'misericórdia' pelas meninas da banda Pussy Riot


As integrantes da Pussy Riot Nadezhda Tolokonnikova, Maria Alyokhina e Yekaterina Samutsevich durante audiência em Moscou

A Igreja Ortodoxa Russa pediu nesta sexta-feira (17) ao Estado russo que tenha misericórdia pelas integrantes da banda Pussy Riot, condenadas a dois anos de prisão por terem feito um protesto contra o presidente Vladimir Putin na principal catedral moscovita.

A Igreja reiterou suas críticas à banda punk, dizendo que seu protesto na catedral do Cristo Salvador foi uma "blasfêmia", com "hostilidade crua contra milhões de pessoas".

Mas, em nota, ela declarou que "sem submeter a qualquer dúvida a correção da decisão judicial, apelamos às autoridades estatais para que demonstrem misericórdia com as pessoas condenadas dentro do marco legal, na esperança de que elas evitem repetir ações blasfemas".

Isso indica que a Igreja não se oporia a um perdão ou redução de pena do trio. O processo contra as ativistas gerou grande mobilização internacional em apoio a elas.
'Cuidadosamente planejado'

A juíza Marina Syrova afirmou que o ato das três foi "cuidadosamente planejado". Em sua decisão, a juíza Syrova repetiu em grande parte os argumentos da promotoria em suas alegações contra Nadejda Tolokonnikova, de 22 anos, Ekaterina Samutsevitch, de 30, e Maria Alejina, de 24.

Além disso, indicou que as três acusadas "não expressaram arrependimento por seus atos, violaram a ordem pública e ofenderam os sentimentos dos crentes". Promotores pediram a condenação das três mulheres à pena de três anos de prisão para cada uma.

As acusadas estão detidas desde logo depois de sua apresentação, que ofendeu muitas pessoas no país de maioria cristã ortodoxa. Os críticos do governo russo encaram o julgamento como parte de uma crecente repressão a dissidentes, quando Putin começa o seu novo mandato de seis anos como presidente.

O Pussy Riot decidiu realizar o protesto na catedral depois que o patriarca ortodoxo russo, Kirill, pediu voto para Putin às vésperas das eleições presidenciais de março, um fato que indignou não somente as integrantes do grupo, mas toda a oposição.

Durante o julgamento, uma das jovens chegou a afirmar que se trata de um processo político e que se tivessem cantado a favor de Putin não estariam diante dos tribunais.

Protestos

Durante e após o veredito ser anunciado, muitos protestos aconteceram tanto do lado de dentro, quanto de fora do tribunal de Moscou.

O ex-campeão mundial de xadrez e líder da oposição Garry Kasparov foi detido pela polícia por apoiar a banda, e gritos de "vergonha" foram disparados por alguns presentes. Muitos também foram às ruas de cidades como Hamburgo (Alemanha), Kiev (Ucrânia), Barcelona (Espanha) e Londres (Reino Unido) vestindo as tradicionais máscaras usadas pela banda pedindo a libertação das integrantes.

Apoio do Femen

Um dos principais protestos foi realizado pelas ativistas do grupo feminista Femen. O apoio contou com mulheres do Femen usarando uma motosserra para cortar uma cruz ortodoxa erguida em memória às vítimas da repressão política em Kiev.

O processo tem gerado as mais diversas manifestações desde seu início. De Madonna ao ex-Beatle Paul McCartney, as estrelas pop do mundo pediram publicamente pela libertação das três integrantes.

Red Hot Chili Peppers foi um dos primeiros grupos que prestou apoio às jovens - campanha que foi imediatamente seguida por Sting, Peter Gabriel, The Who e Bjork, entre outros.



Fonte: G1


http://libertosdoopressor.blogspot.com.br/2012/08/igreja-russa-pede-ao-estado.html