terça-feira, 26 de outubro de 2010

Mal interpretada

16/07/06 – Tete - Moçambique

“Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” (João 1:11)

Em minha primeira visita à Igreja Menonita do Tete, entendi uma sensação que antes apenas compreendia com minha mente, mas agora compreendo-a na vida: a de ser mal interpretado e, por isso, mal recebido.

Quando eu lia sobre o equívoco dos judeus por esperar um Messias político, que os libertasse do domínio romano e resolvesse todos os seus problemas, nunca poderia imaginar a sensação que Jesus sentiu a esse respeito, mas hoje tenho uma leve noção.

Fui calorosamente recepcionada, até ouvir comentários do tipo: “vieram muitas crianças porque as outras missionárias quando chegaram, trouxeram doces, ficamos anos sem construir a Igreja, só com o alicerce, por que estávamos a esperar a missionária para dar continuidade, agora nossos problemas serão resolvidos com sua presença...”

O que eles esperam de mim, afinal? Vim para confrontá-los com a verdade e o poder transformador da Palavra de Deus e o que eles esperam é uma árvore de dinheiro que supra comodamente todas as suas necessidades e resolva todos os seus problemas.

O que Jesus realmente sentiu ao deparar-se com um povo interessado em ajuda política e econômica mais do que com um Reino espiritual capaz de mudar a natureza e o caráter do ser humano? Acho que agora posso imaginar...

Com relação à Igreja Menonita, no dia 16/07 fui ao culto e apresentaram-me à Igreja. Eles se reunem ainda na escola da região, mas pastor E. me disse que o alicerce da Igreja já foi construído com o dinheiro enviado para tal fim, faltando os fundos para levantar as paredes. Pelo que deram a entender, esperavam que eu trouxesse esses fundos, mas não fiz nenhum comentário a esse respeito até inteirar-me melhor no assunto. Ao indagar sobre a programação da Igreja, pastor E. me disse que só há o culto de domingo pela manhã, porque a escola usa o local de segunda a sexta-feira. Quando questionei quanto ao sábado, ele disse que inicialmente há uma reunião de oração pela manhã, mas que ninguém participa.

Pastor E. também me falou a respeito da Comunidade em Moatise que, segundo ele, tinha saído, e que agora reconheceu que agiu mal e manifestou o desejo de retornar à Igreja Menonita. Disse que uma carta foi enviada ao Brasil a esse respeito.

No culto havia, no máximo, umas 30 pessoas, contando as crianças. Pastor E. falou que as crianças vieram porque quando as outras missionárias chegaram trouxeram muitos doces. Fiquei um pouco constrangida nesse sentido. Fui contactada para ministrar a Palavra no próximo culto da Igreja Menonita. Peço que os irmãos estejam orando por esse momento tão especial.

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Mal interpretada

16/07/06 – Tete - Moçambique

“Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” (João 1:11)

Em minha primeira visita à Igreja Menonita do Tete, entendi uma sensação que antes apenas compreendia com minha mente, mas agora compreendo-a na vida: a de ser mal interpretado e, por isso, mal recebido.

Quando eu lia sobre o equívoco dos judeus por esperar um Messias político, que os libertasse do domínio romano e resolvesse todos os seus problemas, nunca poderia imaginar a sensação que Jesus sentiu a esse respeito, mas hoje tenho uma leve noção.

Fui calorosamente recepcionada, até ouvir comentários do tipo: “vieram muitas crianças porque as outras missionárias quando chegaram, trouxeram doces, ficamos anos sem construir a Igreja, só com o alicerce, por que estávamos a esperar a missionária para dar continuidade, agora nossos problemas serão resolvidos com sua presença...”

O que eles esperam de mim, afinal? Vim para confrontá-los com a verdade e o poder transformador da Palavra de Deus e o que eles esperam é uma árvore de dinheiro que supra comodamente todas as suas necessidades e resolva todos os seus problemas.

O que Jesus realmente sentiu ao deparar-se com um povo interessado em ajuda política e econômica mais do que com um Reino espiritual capaz de mudar a natureza e o caráter do ser humano? Acho que agora posso imaginar...

Com relação à Igreja Menonita, no dia 16/07 fui ao culto e apresentaram-me à Igreja. Eles se reunem ainda na escola da região, mas pastor E. me disse que o alicerce da Igreja já foi construído com o dinheiro enviado para tal fim, faltando os fundos para levantar as paredes. Pelo que deram a entender, esperavam que eu trouxesse esses fundos, mas não fiz nenhum comentário a esse respeito até inteirar-me melhor no assunto. Ao indagar sobre a programação da Igreja, pastor E. me disse que só há o culto de domingo pela manhã, porque a escola usa o local de segunda a sexta-feira. Quando questionei quanto ao sábado, ele disse que inicialmente há uma reunião de oração pela manhã, mas que ninguém participa.

Pastor E. também me falou a respeito da Comunidade em Moatise que, segundo ele, tinha saído, e que agora reconheceu que agiu mal e manifestou o desejo de retornar à Igreja Menonita. Disse que uma carta foi enviada ao Brasil a esse respeito.

No culto havia, no máximo, umas 30 pessoas, contando as crianças. Pastor E. falou que as crianças vieram porque quando as outras missionárias chegaram trouxeram muitos doces. Fiquei um pouco constrangida nesse sentido. Fui contactada para ministrar a Palavra no próximo culto da Igreja Menonita. Peço que os irmãos estejam orando por esse momento tão especial.