sábado, 13 de junho de 2009

Dia dos namorados macabro


Enquanto a maioria coloca posts lindos e inspiradores por causa do dia dos namorados, não posso ignorar como foi o meu.

O título diz tudo. Só faltou ser dia 13, porque sexta-feira já era. Teve direito a Jason, Freddie Kruger e todos os monstros e demônios da série Sobrenatural.

Tinha acabado de acordar. Estava feliz porque meu pai comprou de uma amiga minha a máquina de lavar roupa dela para mim. Foi um ótimo preço e uma bênção. Mas, meus medicamentos controlados estavam acabando. Precisava deles porque são de uso contínuo para o meu tratamento e não tinha um real na carteira. Eles custam quase 200 reais por mês, então fiz a besteira de mandar uma mensagem no celular do meu pai pedindo se ele poderia comprar os remédios prá mim.

A resposta foi simples: não tenho dinheiro. Beleza. Até aí, tudo bem. Por se tratar de uma questão de saúde emergencial, decidi comprar no Hipercard que fiz há uma semana atrás. Respondi a ele que tudo bem, que ía usar o hipercard, então. Daí ele respondeu em mensagem que quem usa medicamentos contínuos sempre tem problema no futuro, etc.

Eu não entendi direito, e repeti a resposta anterior. Aí ele deu prá dizer que eu tomei uma decisão inconsequente de comprar a máquina de lavar (foi ele que decidiu me dar), que o melhor seria eu devolver a máquina.

Fiquei chocada, nervosa, triste, decepcionada.

Um dia antes foi todo feliz comigo buscar a máquina na casa da minha amiga, e no dia seguinte me diz que tomei uma decisão inconsequente e que tenho que devolvê-la.

Eu escrevi que ele não tinha o direito de me dizer isso, uma vez que não me disse nada antes, se não podia comprar, se ele achava que não era bom, não me disse nada.

Aí ele escreveu com todas as letras que eu ajo pela emoção e ele não (sei), e que achava que eu sabia que ele não era um milionário. Ainda escreveu que o erro foi dele que não me deu educação nem freio na língua.

Que baixaria!

Respirei 200 vezes antes de responder, e só mandei uma mensagem dizendo que tudo bem, eu ía resolver tudo, prá ele não se preocupar.

Mas o feliz continuou, então eu escrevi que ele é que precisava de um freio na língua, e se não tinha nada de bom para falar, que não falasse nada. Aí calou de vez.

Chorei, chorei, chorei. Tomei café da manhã chorando.

Então à tarde resolvi entrar na internet.

Recebi um e-mail do meu pastor dirigido ao meu marido. Ele mandou cópia para mim do que escreveu para meu marido.

No e-mail ele citava que meu marido tinha ligado para ele mais de uma vez e por esse e-mail descobri que meu marido tem enchido ele de desculpas porque não vem. O e-mail era meloso e mostrou claramente que meu pastor está apoiando meu marido nas decisões que tomou. A única coisa que meu pastor pedia era que ele enviasse ajuda financeira para mim.

Chorei mais ainda.

Meu pastor nem sabe dos abusos físicos que sofri e que não pretendo mais sofrer.

Pensei em morrer. Foi como se eu fosse jogada num poço e ninguém quisesse estender a mão prá me ajudar a sair.

O santo do meu marido está lá há seis meses, não existe comunicação entre nós. Ele vive como se eu não existisse. Não tenho ajuda nenhuma dele.

E casamento é só isso? O homem quer sexo e a mulher quer dinheiro? Se eu dou sexo para meu marido e ele me dá dinheiro, então o casamento dá certo? Se era isso, me enganei. Porque é só isso que querem que eu viva.

Fui na farmácia, comprei os remédios no cartão de crédito. Só Deus sabe como e quando terei o dinheiro.

Chorei muito, no chão da sala. Minha mãe veio, ficou um pouco. Tomei banho, chorei mais.

Deitei, vi dois filmes e dormi.

Graças a Deus é outro dia.


Meu pai não fala mais direito comigo, e eu só sinto rejeição.

Passei o dia chorando um pouco, tentando me distrair.

Mandei um e-mail para meu marido avisando que mês que vem minha amiga vem de Moçambique. Pretendo nomeá-la minha procuradora para dar entrada no pedido de divórcio no registro onde casei lá.

Não quero mais carregar essa rejeição dentro de mim. Não é possível viver com aquele homem que só vê seu próprio conforto e dinheiro na frente, e mais nada.

Foi ou não foi um dia dos namorados macabro?

Um comentário:

Unknown disse...

Foi sim, amiga. Macabro mesmo, e em 3d.
Eu nem posso sequer avaliar o que vc está sentindo. Passar um dias dos namorados assim, e ainda não ter apoio é uma barra muito grande.
E não, casamento não é: homem dá dinheiro e mulher dá sexo. Você seria uma prostituta se fizesse isso. Casamento vai muito além.
Saiba que vc está sempre em minhas orações.
Bjs, fique em paz, pq hj já é outro dia.

Dia dos namorados macabro


Enquanto a maioria coloca posts lindos e inspiradores por causa do dia dos namorados, não posso ignorar como foi o meu.

O título diz tudo. Só faltou ser dia 13, porque sexta-feira já era. Teve direito a Jason, Freddie Kruger e todos os monstros e demônios da série Sobrenatural.

Tinha acabado de acordar. Estava feliz porque meu pai comprou de uma amiga minha a máquina de lavar roupa dela para mim. Foi um ótimo preço e uma bênção. Mas, meus medicamentos controlados estavam acabando. Precisava deles porque são de uso contínuo para o meu tratamento e não tinha um real na carteira. Eles custam quase 200 reais por mês, então fiz a besteira de mandar uma mensagem no celular do meu pai pedindo se ele poderia comprar os remédios prá mim.

A resposta foi simples: não tenho dinheiro. Beleza. Até aí, tudo bem. Por se tratar de uma questão de saúde emergencial, decidi comprar no Hipercard que fiz há uma semana atrás. Respondi a ele que tudo bem, que ía usar o hipercard, então. Daí ele respondeu em mensagem que quem usa medicamentos contínuos sempre tem problema no futuro, etc.

Eu não entendi direito, e repeti a resposta anterior. Aí ele deu prá dizer que eu tomei uma decisão inconsequente de comprar a máquina de lavar (foi ele que decidiu me dar), que o melhor seria eu devolver a máquina.

Fiquei chocada, nervosa, triste, decepcionada.

Um dia antes foi todo feliz comigo buscar a máquina na casa da minha amiga, e no dia seguinte me diz que tomei uma decisão inconsequente e que tenho que devolvê-la.

Eu escrevi que ele não tinha o direito de me dizer isso, uma vez que não me disse nada antes, se não podia comprar, se ele achava que não era bom, não me disse nada.

Aí ele escreveu com todas as letras que eu ajo pela emoção e ele não (sei), e que achava que eu sabia que ele não era um milionário. Ainda escreveu que o erro foi dele que não me deu educação nem freio na língua.

Que baixaria!

Respirei 200 vezes antes de responder, e só mandei uma mensagem dizendo que tudo bem, eu ía resolver tudo, prá ele não se preocupar.

Mas o feliz continuou, então eu escrevi que ele é que precisava de um freio na língua, e se não tinha nada de bom para falar, que não falasse nada. Aí calou de vez.

Chorei, chorei, chorei. Tomei café da manhã chorando.

Então à tarde resolvi entrar na internet.

Recebi um e-mail do meu pastor dirigido ao meu marido. Ele mandou cópia para mim do que escreveu para meu marido.

No e-mail ele citava que meu marido tinha ligado para ele mais de uma vez e por esse e-mail descobri que meu marido tem enchido ele de desculpas porque não vem. O e-mail era meloso e mostrou claramente que meu pastor está apoiando meu marido nas decisões que tomou. A única coisa que meu pastor pedia era que ele enviasse ajuda financeira para mim.

Chorei mais ainda.

Meu pastor nem sabe dos abusos físicos que sofri e que não pretendo mais sofrer.

Pensei em morrer. Foi como se eu fosse jogada num poço e ninguém quisesse estender a mão prá me ajudar a sair.

O santo do meu marido está lá há seis meses, não existe comunicação entre nós. Ele vive como se eu não existisse. Não tenho ajuda nenhuma dele.

E casamento é só isso? O homem quer sexo e a mulher quer dinheiro? Se eu dou sexo para meu marido e ele me dá dinheiro, então o casamento dá certo? Se era isso, me enganei. Porque é só isso que querem que eu viva.

Fui na farmácia, comprei os remédios no cartão de crédito. Só Deus sabe como e quando terei o dinheiro.

Chorei muito, no chão da sala. Minha mãe veio, ficou um pouco. Tomei banho, chorei mais.

Deitei, vi dois filmes e dormi.

Graças a Deus é outro dia.


Meu pai não fala mais direito comigo, e eu só sinto rejeição.

Passei o dia chorando um pouco, tentando me distrair.

Mandei um e-mail para meu marido avisando que mês que vem minha amiga vem de Moçambique. Pretendo nomeá-la minha procuradora para dar entrada no pedido de divórcio no registro onde casei lá.

Não quero mais carregar essa rejeição dentro de mim. Não é possível viver com aquele homem que só vê seu próprio conforto e dinheiro na frente, e mais nada.

Foi ou não foi um dia dos namorados macabro?